segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Vivo um sentimento sem tempo, de silêncio, de escuta sem palavras
Faço do sentimento um silêncio por respeito

Por aqueles que do meu lado sentem dor
O tempo dos que sentem é mais sutil.
Tempo sem espetáculo, argumento ou moral
Vivo um sentimento de alteridade
Pelo triste pulso dos corações alheios
Mas compassivo com o meu
Somos tempos diferentes,
Vidas distantes, que nos prende alguma comunhão
Chamam isso de espiritualidade.
Confirmo e aumento: é humanidade
Santa Maria, rogai por nós!

domingo, 20 de janeiro de 2013



Pois o fio da vida é fraco
Aqui o respirar
Logo ali o apagar
O ‘ficar’ hoje foi mais covarde que o ‘partir’
A linha da vida é tênue
Mas rebenta não, quase nunca
Dela pouco se finda
Muito fermenta...
E um excesso já floresce... 
Foi a semente de ontem que brotou

sábado, 5 de janeiro de 2013



Recosto-me na mansidão de um desejo praticado
Prossigo na calmaria, e não resisto às recordações
Com precisão, percebo os cheiros e sabores
Enquanto relei-o o teu ligeiro olhar!
Prevalece o silêncio, insensível a qualquer novidade
Esvanece a mansidão e dissipa-se a calmaria
Anseio-te reviver
Contigo perde-se e despertar
Pois a distância de dentro abrevia a de fora
E, mesmo com o medo alegre de te esperar
Persisto na perfeição do teu querer