...Busco
acertar a vida nos defeitos... Na vontade de acontecer, vou tecendo o caminho com
os fios imperfeitos até me invadir, perder-me novamente, e recomeçar... Pressinto
a ventania e logo depois a tempestade de algumas vozes distantes... Reclamo pra mim: “Às vezes o coração precisa bater sozinho”... Dou um passo e fecho a
janela. Recolho-me, pois encontro mais força na solidão... Quieto, calculo os
sentimentos, analiso o sabor das cores que me cercam, respiro as lembranças e suspiro
as vontades porvir. Sozinhoo, tropeço no
escuro, reclamo alguma mão, ausente... Recuo para perto de uma fresta e bebo um raio de sol,
que me acalma e me aquece... Recobro-me a não compreender tudo... Deixo a incerteza
ser a única verdade... Iinsisto em ser a curiosidade a única coisa a continuar me arrastando,
noite afora, sonho adentro... Manhã cedo, imagino uma leve música, sem palavras, que me desperta
a simplicidade de não exigir o sentido de tudo. Abro a janela e debruço-me nela,
a aprender com tudo aquilo que eu ainda não entendo...